O médico trabalhava em uma
prisão na Síria e é acusado de torturar um detento que era acusado de participar
de uma manifestação contra o governo.
Suspeito de cometer crimes de lesa-humanidade e tortura em uma prisão do governo da Síria, o médico Alaa M. foi preso em 19 de junho na Alemanha, país onde vive desde 2015 - informou o gabinete do Ministério Público federal nesta segunda-feira (22).
Alaa M. é acusado no caso de um
manifestante torturado até a morte em 2011, em uma prisão dos serviços de
Inteligência do governo Bashar al-Assad, em Homs, no centro da Síria, de acordo
com a declaração do Ministério Público de Karlsruhe.
No
momento provisoriamente detido sob um mandado de prisão assinado por um juiz de
instrução, Alaa M. trabalhava como médico em uma
prisão, onde é suspeito de torturar, em 23 de outubro de 2011, um homem preso
por ter participado de uma manifestação contra o regime de Damasco.
"Depois
de torturado, o detido sofreu uma crise de epilepsia, após a qual outro
prisioneiro pediu a um guarda que avisasse um médico", relata a
Promotoria.
"Quando ele chegou,
o acusado, que foi ao local por ser médico, agrediu A. com um tubo de
plástico", acrescenta.
"Mesmo
depois de vê-lo no chão, ele continuou a bater na vítima e a chutá-la. No dia
seguinte, o estado de saúde de A. se deteriorou de maneira considerável",
completou a Promotoria.
"Os
colegas de cela novamente pediram atendimento médico, e os acusados apareceram
novamente, desta vez acompanhados por outro médico da prisão. Ambos, armados
com tubos de plástico, agrediram A., que estava muito fraco e não conseguia
mais andar sozinho, até que ele perdeu a consciência", descreve a
acusação.
Segundo
essas fontes, a vítima "foi enrolada em um cobertor e transferida por
vários guardas".
"Ele morreu mais
tarde", diz a Promotoria.
Alaa
M. deixou a Síria em meados de 2015 e se estabeleceu na Alemanha, assim como
outras centenas de milhares de sírios. Continuava atuando na Medicina.
Dois
ex-membros dos serviços de Inteligência da Síria estão sendo julgados na
Alemanha por crimes de lesa-humanidade e por cumplicidade em crimes contra a
humanidade pela morte de dezenas de pessoas em um centro de detenção, assim
como pela tortura de milhares de outras.
Fonte: G1
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